Dieta para Gastrite: Alivie os Sintomas de Forma Eficaz

Dieta para Gastrite: Como Aliviar os Sintomas

A gastrite é uma condição médica caracterizada pela inflamação da mucosa do estômago, que pode ser causada por diversos fatores, como o uso excessivo de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), consumo excessivo de álcool, infecção pelo Helicobacter pylori e até mesmo estresse. Esta condição é comum e pode se manifestar por meio de sintomas como dor abdominal, sensação de queimação, náuseas e dificuldades de digestão. Por isso, a dieta para gastrite é uma aliada importante no manejo dos sintomas.

Embora o acompanhamento médico e, em alguns casos, o uso de medicamentos sejam essenciais, a alimentação desempenha um papel crucial tanto na prevenção quanto no tratamento da gastrite. Certos alimentos podem ajudar a aliviar os sintomas, enquanto outros podem agravá-los. Este artigo reúne informações sobre a dieta para gastrite, sugestões práticas de refeições e orientações sobre alimentos a serem evitados.

Qual a Melhor Dieta para Quem Tem Gastrite?

Não há um único padrão alimentar que funcione para todos os pacientes com gastrite. O cardápio ideal deve ser personalizado, visando recuperar e proteger a mucosa gástrica, facilitar a digestão, aliviar a dor e promover um bom estado nutricional. A seguir, algumas recomendações nutricionais que podem auxiliar no manejo dos sintomas:

  • Fracionamento das refeições: Realizar 4 a 5 refeições ao dia, evitando longos períodos de jejum.
  • Preparo leve: Optar por alimentos cozidos, assados e grelhados, evitando frituras e excesso de gordura.
  • Ambiente durante a alimentação: Preferir refeições em um ambiente tranquilo, comer devagar e mastigar bem os alimentos.
  • Alimentos a serem evitados: Bebidas alcoólicas, café, chocolate, refrigerantes à base de cola, pimentas, mostarda em grão e páprica.

Estudos demonstram que uma dieta leve e equilibrada, rica em fibras, pode proteger a mucosa gástrica e melhorar a tolerância digestiva, reduzindo a concentração de ácidos biliares no estômago e diminuindo o tempo de trânsito intestinal.

O que Comer no Café da Manhã para Quem Tem Gastrite?

O café da manhã deve ser nutritivo, utilizando alimentos que não irritam a mucosa gástrica. Algumas boas opções incluem:

  • Frutas não ácidas como banana, mamão, pera e maçã cozida.
  • Preparações com aveia, como mingau ou frutas amassadas com aveia.
  • Pães macios sem sementes duras, com recheios leves como queijo branco, ricota ou homus suave.
  • Iogurte natural sem açúcar, quando bem tolerado.
  • Chás claros, como camomila ou erva-doce.

Qual é o Pior Alimento para Quem Tem Gastrite?

Para esta questão, é mais adequado pensar em grupos de alimentos que podem agravar a gastrite, seja por estimular a produção de ácido gástrico ou por irritar a mucosa do estômago. Os principais alimentos e bebidas que devem ser evitados incluem:

  • Bebidas alcoólicas, café, chocolate e refrigerantes de cola.
  • Pimentas, mostarda em grão, molhos picantes e condimentos fortes.
  • Alimentos ultraprocessados ricos em gorduras, como frituras e embutidos.

Evitar esses alimentos é uma das medidas mais eficazes para aliviar a gastrite, em conjunto com o fracionamento das refeições e a escolha de preparações leves.

O que Deve Comer Quem Sofre de Gastrite?

Aqueles que convivem com gastrite devem priorizar alimentos de fácil digestão, pouco condimentados e que não irritem a mucosa gástrica. O foco deve estar em refeições leves e nutritivas, fracionadas ao longo do dia. Um exemplo de cardápio para gastrite pode incluir:

  • Café da manhã: Mamão + pão integral com homus + chá de camomila.
  • Lanche da manhã: Iogurte natural + aveia em flocos finos + mel.
  • Almoço: Arroz, feijão preto, peixe grelhado, abobrinha cozida, couve, salada de alface com tomate e azeite de oliva extravirgem.
  • Lanche da tarde: Purê de maçã cozida com sementes de chia hidratadas.
  • Jantar: Inhame com legumes cozidos: cenoura, chuchu, couve-flor e brócolis + ovo cozido.
  • Ceia: Morango e semente de chia.

É importante lembrar que as quantidades e combinações ideais podem variar conforme as necessidades, sintomas e estágio da gastrite de cada pessoa. Assim, este plano tem caráter orientativo e não substitui a avaliação individualizada. O acompanhamento de um nutricionista é fundamental para um ajuste seguro e eficaz na alimentação.

Estratégias Práticas para o Dia a Dia de Quem Tem Gastrite

Além da escolha dos alimentos, alguns cuidados simples no dia a dia podem fazer uma grande diferença no controle dos sintomas da gastrite.

  • Marmitas leves e seguras: Para quem leva marmita para o trabalho, as melhores opções incluem arroz, batata cozida, inhame, legumes refogados ou cozidos com pouco tempero, frango desfiado ou peixe grelhado, e azeite de oliva extravirgem. Evite preparações com molhos ácidos ou muito temperados.
  • Substituições inteligentes: Troque frituras por assados ou grelhados, refrigerantes por chás suaves ou água saborizada com frutas não ácidas e café preto por chá de camomila ou leite vegetal, se bem tolerado.
  • Alimentação fora de casa: Em restaurantes, opte por pratos simples e frescos, evitando fast food e lanches ultraprocessados.
  • Hidratação adequada: Beber água ao longo do dia é fundamental para a saúde digestiva, fracionando a ingestão e evitando grandes volumes durante as refeições.

Mitos e Verdades sobre a Gastrite

  • Leite ajuda a aliviar a gastrite? Mito. O leite pode aliviar momentaneamente a queimação, mas também estimula a produção de ácido gástrico, piorando os sintomas.
  • Todas as frutas fazem mal para quem tem gastrite? Mito. A maioria das frutas é bem tolerada, mas frutas ácidas podem causar desconforto em algumas pessoas.
  • Quem tem gastrite deve evitar jejum prolongado? Verdade. Jejuns longos podem estimular a produção excessiva de ácido, favorecendo a irritação da mucosa gástrica.
  • Nenhum chá pode ser consumido por quem tem gastrite? Mito. Alguns chás, como camomila e erva-doce, são bem tolerados e podem ter efeito calmante sobre o trato gastrointestinal.
  • Todos os temperos devem ser cortados da dieta? Mito. Somente os condimentos fortes e picantes precisam ser evitados; temperos suaves podem ser utilizados conforme a tolerância.

Gastrite e Sua Relação com Outras Condições Digestivas

A gastrite frequentemente não ocorre isoladamente e pode estar associada ou evoluir com outras condições do trato gastrointestinal, como úlcera péptica, refluxo gastroesofágico e esofagite. As orientações dietéticas podem ser semelhantes, mas há pontos específicos a serem considerados em cada situação.

Gastrite e Úlcera Péptica

A úlcera péptica é caracterizada por lesões mais profundas na mucosa gástrica ou duodenal. Embora os sintomas possam ser semelhantes aos da gastrite, a úlcera requer atenção terapêutica específica. A alimentação deve ser fracionada e personalizada, priorizando o conforto gástrico e evitando alimentos irritantes.

Gastrite e Refluxo Gastroesofágico

A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) ocorre quando o conteúdo do estômago volta para o esôfago, causando sintomas como azia. A abordagem nutricional deve incluir refeições fracionadas, redução do volume alimentar e evitar deitar-se após as refeições.

Gastrite e Esofagite

A esofagite é a inflamação da mucosa esofágica, geralmente associada à DRGE. A dieta deve evitar alimentos ácidos e grandes volumes alimentares, fracionando as refeições para favorecer a cicatrização da mucosa.

Conclusão

A dieta para gastrite deve ser adaptada às necessidades individuais, mas algumas orientações gerais podem contribuir para o alívio dos sintomas, como refeições fracionadas, preparações leves, consumo adequado de fibras e a evitação de alimentos irritantes. Cada pessoa pode reagir de forma diferente, e por isso, o acompanhamento com um nutricionista é fundamental para garantir um cardápio adequado e equilibrado.

Referências

  • ABREU, Rafael; CARDOSO, Aila Fernandes Oliveira; CERQUEIRA, Ana Carolina de Souza; et al. Abordagem multimodal para prevenção e manejo clínico e cirúrgico da úlcera péptica. Brazilian Journal of Development, v. 9, n. 3, p. 12392–12406, 2023.
  • APRIGIO, Natallya Samilly de Melo; VASCONCELOS, Tibério Cesar Lima de. Plantas medicinais no tratamento de gastrite. Research, Society and Development, v. 11, n. 15, e355111537518, 2022.
  • BARROS, João Victor de Melo; NERY, Maria Doralice Massena; COUTINHO, Beatriz Novaes; et al. Aplicação da Aloe vera no tratamento da gastrite e benefícios do seu uso em disfunções gastrointestinais: uma revisão de literatura. Brazilian Journal of Development, v. 7, n. 4, p. 42789–42795, 2021.
  • COZZOLINO, Sílvia M. F. Biodisponibilidade de nutrientes. 6. ed. Barueri: Manole, 2021.
  • CUPPARI, Lilian (org.). Nutrição clínica no adulto. 4. ed. Barueri: Manole, 2019.
  • DDINE, Lissa Chamse; DDINE, Charif Chamse; RODRIGUES, Cíntia Corte Real; KIRSTEN, Vanessa Ramos; COLPO, Elisângela. Fatores associados com a gastrite crônica em pacientes com presença ou ausência do Helicobacter pylori. ABCD. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva, v. 25, n. 2, p. 96–100, 2012.
  • LISBOA, Maria Gabriela; MARINHO, Carolina Nascimento; VILELA, Gabriele Ferrari; et al. Úlcera péptica – uma revisão de literatura. Brazilian Journal of Health Review, v. 7, n. 2, e68796, 2024.
  • MAHAN, L. Kathleen; RAYMOND, Janice L. Krause: Alimentos, nutrição e dietoterapia. 14. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2020.
  • TAVARES, Patrícia Cerqueira Ciarlini; FERREIRA, José Carlos de Sales; RODRIGUES, Antonio Augusto Marques. A incidência de gastrite em pacientes bariátricos e a terapia nutricional com alimentos funcionais na melhoria da qualidade de vida. Research, Society and Development, v. 11, n. 8, e3611830419, 2022.
  • VOMERO, Nathália Dalcin; COLPO, Elisângela. Cuidados nutricionais na úlcera péptica. ABCD. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva, v. 27, n. 4, p. 298–302, 2014.

Observação Importante: As informações aqui apresentadas não substituem a avaliação ou o acompanhamento profissional. Sempre consulte um médico ou especialista em saúde para orientações personalizadas.

Rolar para cima